"Vi que uma leitora do seu blog postou como "leitora"e resolvi fazer o mesmo...acompanhei alguns dos seus posts, inclusive este, e resolvi me pronunciar agora... na verdade, perguntar algo..Como diz o meu apelido, sou uma observadora do passado, e como tal, me recordo de que voce era uma pessoa bem cristã e ligada a Deus.. e agora voce parece estar revoltado com tudo relacionado nao so à religiao, mas tambem a Deus (pois para mim religiao e deus sao assuntos bem distintos). Gostaria de saber, pq isso aconteceu e como aconteceu, se voce nao se importar de explicar, claro!até mais!".
Olá, Observadora do Passado, tudo bom? Gostaria de entender o motivo que leva você e a Leitora escreverem sob pseudônimos. Não sou mau e não mordo, de modo que não há risco nenhum na identificação de vocês. Mas, independente de quem você seja, responderei suas questões.
Você deve me conhecer de outras épocas, pois conhece parte do meu passado. Em primeiro lugar, é um erro muito comum julgar que nós, dissidentes da religião e da fé, estamos sempre revoltados com alguma coisa. Você já deve ter lido aquele versículo que diz que se conhecermos a verdade, ela nos libertará. Cito-o, é claro, com um pingo de ironia. Ocorre que quando passamos a pesquisar e questionar as doutrinas do cristianismo, as coisas começam a tomar outras dimensões – abordo o cristianismo em específico por ser objeto de nosso papo.
Passamos a ver que o Antigo Testamento revela um deus totalmente antropomórfico e que em muito se assemelha a cultura patriarcal e autoritária dos antigos judeus. Percebemos que as narrativas descritas beiram o absurdo e que, além disso, não existem outras referências que comprovem essa série de contos. Notamos que não há nenhum tipo de provas no que diz respeito ao nascimento virginal e a ressurreição no terceiro dia de um suposto messias. Observamos ainda que o cristianismo assemelha-se bastante a outras mitologias mais antigas (como por exemplo, a divindade Mitra e Cristo).
Além disso, constatamos que o cristianismo é uma religião entre várias, que promete a punição e a redenção, como uma miríade de crenças. Avaliamos que mesmo com Paulo espalhando a nova doutrina, foi preciso que um governante romano a proclamasse religião oficial do Império para que se firmasse. Temos também os vários concílios, em que se destaca o de Nicéia. Enfim, Observadora, muitos fatores pesam. Como não sou historiador, mas apenas um curioso leitor, citei os mais elementares.
Grande abraço,
Aluízio Couto
*Referente ao post "Crianças louvam genocídio"
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