31 de outubro de 2009

Eles são o que são; nós somos o que somos

Segue um trecho de "O Mundo Assombrado Pelos Demônios", de Carl Sagan (Cia da Letras, 2002):

"[Thomas] Jefferson teve pouco a ver com a redação concreta da Constituição dos Estados Unidos; quando ela estava sendo formulada, ele servia como embaixador norte-americano na França. Quando a leu, ficou satisfeito, mas fez duas ressalvas. Uma deficiência: não se fixava limite para o número de mandatos que o presidente podia exercer. Isso, temia Jefferson, era o caminho para um presidente se tornar rei de fato, ainda que não pela lei. A outra grande deficiência era uma declaração de direitos. O cidadão - a pessoa comum - estava insuficientemente protegido, pensava Jefferson, dos inevitáveis abusos daqueles que detinham o poder."

Thomas Jefferson viu que um presidente, ao se perpetuar indefinidamente no poder, pode trazer efeitos catastróficos a um país. Viu isso no século XVIII. Estamos no século XXI e gente como Daniel Ortega, Hugo Chávez e Manuel Zelaya não conseguem enxergar o que Jefferson já sabia há 220 anos.

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